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Como a ILB define a Doutrina da Justificação pela Fé?


A Igreja Luterana Brasileira confessa a doutrina da justificação pela fé de forma clara, simples e totalmente enraizada nas Escrituras. Para nós, luteranos, este é o coração do evangelho. É o centro de tudo o que cremos, pregamos e vivemos. Sem a justificação pela fé, não existe cristianismo. Por isso, nossas confissões a tratam como o artigo pelo qual a Igreja permanece de pé ou cai.

A própria Confissão de Augsburgo, no Artigo IV, resume o que cremos. E é exatamente isso que a ILB ensina até hoje.

Primeiro, afirmamos que ninguém pode se tornar justo diante de Deus por esforço próprio. Nossas obras não conseguem alcançar o perdão. Elas não conseguem abrir o céu. A Bíblia ensina que todos pecaram e carecem da glória de Deus. Por isso, não há mérito humano que possa justificar alguém. A ILB rejeita qualquer ideia de que decisões, emoções religiosas, sacrifícios pessoais ou rituais possam produzir justiça diante de Deus.

Segundo, confessamos que a justificação é inteiramente obra da graça de Deus e inteiramente fundada na pessoa e na obra de Jesus Cristo. É graça porque é dom, e não salário. Deus declara justo o pecador por puro favor. É por causa de Cristo porque Ele tomou sobre si a culpa que era nossa, sofreu o castigo em nosso lugar e nos deu sua perfeita justiça. O evangelho não nos chama a completar a obra de Cristo, mas a descansar nela. A justiça que nos justifica não está dentro de nós, mas fora de nós, na cruz e na ressurreição do nosso Senhor.

Terceiro, ensinamos que essa justificação é recebida pela fé. A fé não é um esforço para subir até Deus. Não é uma obra, nem uma virtude que apresentamos diante dele. A fé é simplesmente confiar que o que Cristo fez, ele fez por nós. É tomar Deus em sua palavra quando ele diz que nossos pecados estão perdoados. É confiar que Cristo é suficiente. A fé é o instrumento pelo qual recebemos o que Cristo conquistou. Nada mais.

A ILB confessa, com Paulo, que Deus considera essa fé como justiça diante de si porque ela se apega a Cristo, o justo que morreu pelos injustos. Por isso, o cristão vive nessa certeza: ainda pecador, mas declarado justo; ainda fraco, mas totalmente aceito; ainda imperfeito, mas plenamente coberto pela justiça de Cristo. É o Simul Justus et Peccator que nossas confissões tão bem expressam.

E as obras? Elas vêm depois. Elas não justificam. Não movem Deus a nos amar. São apenas o fruto da fé viva, a resposta agradecida ao Deus que já nos perdoou e salvou. Quem está em Cristo, inevitavelmente produz bons frutos, não para conquistar a salvação, mas porque já a recebeu.

Assim, a definição da ILB é simples e profundamente bíblica: somos justificados pela graça, por causa de Cristo, mediante a fé. Nada mais acrescenta a isso. Nada pode substituir isso. E nada pode tirar de nós essa certeza que sustenta, consola e salva.

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